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Herdeira
das mais antigas tradições musicais do Exército Português, a Banda Sinfónica do
Exército (BSE) realizou um concerto, no passado dia 7 de outubro, no Cineteatro
de S. Pedro, integrado no congresso “Abrantes, um centro estratégico”.
O maestro
atual da Banda Sinfónica do Exército, tenente Artur Cardoso, garante que é uma
mais valia o facto de a maior parte dos seus músicos terem formação musical em
instituições civis, como por exemplo a Escola Superior de Música de Lisboa, o
Conservatório Nacional, a Orquestra Gulbenkian, a Orquestra Sinfónica
Portuguesa, a Orquestra Metropolitana de Lisboa entre outras escolas de música
e grupos musicais de formação e estilos vários. “Atualmente sinto-me
privilegiado, pois só me aparecem músicos que realmente tiveram uma formação
muito sólida em todas essas escolas.”
De acordo
com o maestro, no seu começo, a banda contava com cerca de 70 elementos. Neste
momento conta com 81, apesar das entradas e saídas dos últimos tempos.
Para ele
faz todo o sentido que este concerto seja integrado nas comemorações do
centenário de Abrantes afirmando que “a Banda Sinfónica do Exército preza
aprofundar a cultura musical portuguesa e não só porque, hoje em dia, somos
influenciados pelo mundo, por outros países, por outras composições, é possível
hoje acontecer isso. Portanto, claro que faz todo o significado nós
participarmos no centenário.”
Tendo já
atuado em Abrantes anteriormente, as duas principais diferenças que Artur
Cardoso aponta são que, “na última vez que a Banda atuou em Abrantes, eu não
era o maestro”, sendo esse o primeiro “ponto”, e “atualmente temos músicos com
mais qualidade, mais bem formados, assim como os maestros. O Exército é
pioneiro na formação de maestros. Até agora a formação de maestros era um
bocadinho por carolice, isto é, quem percebia alguma coisa de direção conseguia
fazer uma carreira como maestro. Agora já não, hoje há cursos mesmo dedicados,
em Portugal, à direção. Portanto como há uns certos fatores académicos que
potenciam mais, a Banda está num caminho de crescimento”.
Artur
Cardoso afirma veemente que a “credibilidade da Banda é intocável, porque todos
os músicos são profissionais, são músicos que fazem o seu papel muito bem
feito”. Questionado sobre o facto de a BSE ter atuado no Palácio de Belém, a 12
de março de 2016, na presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de
Sousa, afirma que “, para nós, foi um orgulho poder estar na casa do Presidente
da República, porque ele é o Comandante Supremo das Forças Armadas, portanto
ele é o nosso comandante.” Tal como a Banda Sinfónica do Exército, estiveram
também presentes nesta cerimónia as bandas da Armada, da Força Aérea e do
Exército.
Para Maria
Azevedo, aluna da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes e natural da
Madeira, esta “foi a primeira vez” que assistiu a um concerto deste género
pois, segundo ela, “na Madeira não costumamos ter este tipo de concertos”. Com
grande entusiasmo afirma que gostou muito e que “adorei todas as partes e mais
algumas”. Na sua opinião, “toda a gente devia apreciar este tipo de música pois
é rara e, normalmente, as pessoas costumam gostar de outro tipo de música”,
acrescentando que” acho que deveriam fazer muitos mais concertos deste género.”
Para Joana
Jerónimo, natural de Torres Vedras e também aluna da Escola Superior de
Tecnologia de Abrantes, este tipo de concertos não é novidade pois “já tinha
ouvido uma banda sinfónica, mas nada a ver com este género, isto é, nada tão
grande, tão completo.” Na sua opinião, “enquadra-se muito bem nas comemorações
e acho que deviam repetir mais eventos como este não só com a Banda Sinfónica
do Exército, mas também com outras bandas sinfónicas com muito potencial”.
Instituída
em 1988, por despacho de 25 de março do Chefe do Estado-maior do Exército,
General Firmino Miguel, a Banda Sinfónica do Exército tem renovado o seu
efetivo periodicamente através de concursos públicos, sendo as escolas de
música civis o seu principal viveiro.
Funciona
como Escola Prática de Música do Exército, ministrando cursos e estágios que
visam essencialmente a formação e aperfeiçoamento dos militares músicos e clarins
do Exército. A sua imagem reflete-se grandemente no seio da população civil,
graças à ação dos seus músicos que de forma superior espelham a sua formação.
Rafaela Lucas